As três espécies existentes, consideradas criticamente ameaçadas, são nativas da Indonésia, mas atualmente só ocorrem nas florestas tropicais de Bornéu (Pongo pygmaeus) e Sumatra (Pongo abelii e Pongo tapanuliensis). Esta última, descrita recentemente em 2017 já surge como a mais ameaça. Com aproximadamente 800 indivíduos, encontra-se criticamente em perigo. Estima-se que a população de orangotangos seja menor do que 7 mil indivíduos e estes são os últimos sobreviventes da subfamília Ponginae.
Dos grandes primatas, os orangotangos são os mais arborícolas, passando a maior parte do tempo nas árvores. Também são mais solitários, no entanto, compartilham um forte vínculo entre as mães e os filhos dependentes. Até desenvolverem as habilidades necessárias para sobreviver por conta própria, o que ocorre por volta dos 7 anos de idade, eles permanecem com as mães. As fêmeas dão à luz apenas uma vez a cada oito anos – um período longo se comparado a outros animais. A expectativa de vida é superior a 30 anos, tanto em vida livre quanto em cativeiro.
São primatas de grande porte, que medem entre 120 cm e 150 cm
Possuem braços muito compridos e pelos castanhos avermelhados, diferentemente dos gorilas, chimpanzés e bonobos, que têm pelagem preta. Os machos medem cerca de 1,5 m e pesam de 93 a 130 kg, já as fêmeas, medem 1,2m, pesando de 48 a 55 kg. Os machos adultos dominantes possuem bochechas protuberantes e produzem longas e altas vocalizações – que podem ser ouvidas por até 2km – para atrair as fêmeas e intimidar os rivais.
A maior parte de sua dieta consiste basicamente em folhas e frutos colhidos nas árvores da floresta tropical. Também consomem cascas, insetos e, raramente, carne.
São muito inteligentes e desenvolvem várias ferramentas aprimoradas. Utilizando galhos e folhas constroem diariamente ninhos nas árvores para passarem a noite. Usam folhas grandes como abrigos para se protegerem da chuva. Transmitem cultura e ensinamentos de uma geração a outra.
A atividade humana é responsável pelo declínio significativo das populações de orangotangos de vida livre. A fragmentação do seu habitat, devastado para o cultivo da palma, extração ilegal de madeira e incêndios florestais, reduziu em 80% o seu território em apenas 20 anos. A caça e comércio ilegal também são ameaças significativas.
Transmitem cultura e ensinamentos de uma geração a outra.
Katai
Orangotango fêmea nascida em 7 de fevereiro de 1985 em um zoológico Alemão.
Katai viveu por 25 anos em um zoológico, alojada num recinto precário sem condições para uma vida digna. No ano de 2010, ela foi transferida para o Instituto Anami. Infelizmente, perdeu seu companheiro pouco antes de sair do zoológico. Quando chegou parecia muito assustada e desconfiada. A limpeza do seu recinto era praticamente impossível, porque ela se recusava entrar no manejo. Tinha fobia de ficar fechada num ambiente restrito. Um trauma que parecia ser irreversível. Com muita paciência e dedicação, Katai foi aprendendo a confiar em seus cuidadores.
Hoje, Katai esbanja segurança caminhando em seu recinto e interagindo com seus vizinhos macacos-aranhas. Entra tranquilamente no seu quarto para que os tratadores possam limpar seu recinto externo com segurança. Técnicas de enriquecimento foram instituídas visando afastar a monotonia do cativeiro e estimular sua locomoção.